A resposta do Poder Central ao requerimento apresentado na Assembleia da República, pelo deputado anadiense José Manuel Ribeiro, em Janeiro de 2009, sobre a revisão do PDM de Anadia, deu origem a uma acesa discussão entre as bancadas social-democrata e socialista, "obrigando" mesmo José Manuel Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal a autorizar a entrega a todos os deputados de uma cópia da referida resposta onde o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional clarifica que "a demora no decurso do procedimento de revisão do PDM de Anadia não é imputável aos serviços da administração central, nem aos procedimentos previstos na legislação".

Ainda que de uma forma velada, a verdade é que o Poder Central insinua, na resposta enviada, que esse atraso se deve à autarquia anadiense. E foi precisamente o facto de alguns meios de comunicação terem feito esta leitura nas notícias que trouxeram a público que levou as bancadas a esgrimirem acusações sobre a revisão do PDM.

De um lado, o deputado Cardoso Leal (PS) a constatar que é um facto incontornável que o atraso na revisão do PDM se deve à autarquia, do outro o autarca Litério Marques a assegurar que não é responsável pelo atraso na revisão do PDM, mas sim os sucessivos Governos, quer PS, quer PSD. "Eu tenho todo o histórico da revisão do PDM e sem qualquer assombramento toda a gente vai ficar esclarecida e saber quem é que fala a verdade", diria.

Sob uma chuva de críticas esteve também o autarca Sérgio Aidos, presidente da Junta de Freguesia de Sangalhos, por causa de uma entrevista ao JB e na qual teceu alguns reparos à Câmara Municipal.

Em resposta, o autarca de Sangalhos deixaria bem claro que muito embora só vista a camisola do PSD, veste, em primeiro lugar, a camisola da freguesia que tem que defender. Admitindo não concordar com o edil anadiense, avançou respeitar as suas opções, mas que jamais temerá represálias de quem quer que seja. "Eu venho aqui defender os interesses da minha freguesia", acrescentou.

A dominar o debate a divisão dentro do PSD de Anadia. Uma situação que levou Cardoso Leal a avançar que "a maioria PSD está esgotada em Anadia e que a alternativa é o PS". Uma afirmação que irritou Litério Marques que acabaria por dizer que embora as pessoas possam não estar, o partido está unido e que "o município perde com certeza se o PSD não vencer".

Durante a AM tomaram posse para o Conselho Municipal de Segurança, João Dias Coimbra e Dário Manuel Tavares.

Empréstimo aprovado. Já sem os meios de comunicação social presentes no salão nobre, Litério Marques conseguiu que a Assembleia Municipal aprovasse a contracção de um empréstimo de 4 milhões e 600 mil euros (para fazer face aos investimentos em curso: construção do Velódromo Nacional - Centro de Alto Rendimento de Sangalhos e Centro Escolar de Anadia). O empréstimo a amortizar em 20 anos tem ainda dois anos de carência.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt

Nota de redacção: Jornal da Bairrada abandonou a sessão da Assembleia Municipal na sequência das palavras pouco dignas proferidas pelo deputado municipal da bancada do PSD, António Silva. Lamentamos profundamente o que disse dos jornais e dos jornalistas pelo que aguardamos que se retrate e que esclareça quem paga o quê e a quem para publicar determinadas notícias. Estamos no jornalismo de uma forma séria e repudiamos esta forma de fazer política.