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18-03-2009

Timings da revitalização das Termas do Luso levantam muitos receios


Hoteleiros e comerciantes do Luso temem prejuízos

O movimento de hoteleiros e comerciantes do Luso está preocupado com o projecto de remodelação e modernização das Termas do Luso que a SAL (Sociedade das Águas do Luso), em parceria com a Malo-Clinics, vai iniciar ainda durante este mês e que visa o reposicionamento das Termas do Luso no mercado nacional. Um projecto a concluir até Outubro de 2009, orçado em três milhões de euros.

Embora reconheçam inúmeros pontos positivos, tais como a introdução de novas valências (SPA e Medical Center), que podem trazer novos utilizadores e a preocupação em diminuir a sazonalidade do negócio termal, a verdade é que o movimento tece várias críticas ao que diz ser "a falta de ambição do projecto" e aos timings escolhidos para a obra.

Dúvidas. A remodelação não é consensual pelo que, em conferência de imprensa realizada na última sexta-feira, hoteleiros e comerciantes colocaram a descoberto inúmeras dúvidas e receios relacionados com a obra. Nuno Alegre, representante do movimento, afirma que passa a existir uma clara dependência da dinâmica hoteleira de uma única unidade, rompendo com a prática anterior, que não diferenciava nenhuma, mesmo quando a referida unidade hoteleira (Hotel das Termas do Luso) pertencia à SAL. Por outro lado, alega que a introdução de novos serviços vai fazer-se com redução da área afecta ao termalismo clássico, à fisioterapia e à capacidade de atendimento nestas valências, podendo gerar rupturas no atendimento, nomeadamente nos "picos" da procura, em Agosto, ou levar à criação de listas de espera para os utentes que não estejam alojados na referida unidade hoteleira.

Para os hoteleiros também não está clarificada a equidade entre os vários operadores locais de alojamento, no acesso dos seus clientes às termas, e igualdade de tratamento nos preços dos serviços.

Timing errado. Mas uma das questões mais preocupantes prende-se com o facto das obras no edifício que aloja o balneário principal começarem ainda este mês, situação que, acreditam, irá causar transtornos no seu funcionamento.

"Consideramos muito difícil que, depois de esgotados praticamente 12 meses com o projecto ainda em planta, este compromisso (de não causar transtornos ao funcionamento) seja cumprido", diz Nuno Alegre, convicto de que existe ainda uma clara falta de ambição, nomeadamente quanto às áreas brutas afectas que praticamente não crescem face ao existente, à intenção de instalar um mega SPA num espaço limitado de 480 m2, quase sem luz natural, roubando espaço e confundindo-se com as termas, não assegurando uma separação nítida entre os diferentes tipos de utilizadores.

"A falta de separação física entre o SPA e o Termalismo Clássico pode criar dificuldades no licenciamento do estabelecimento", refere, lamentando também a ausência do equipamento piscina activa, com atractivos, equipada com aparatos lúdico-terapêuticos, fundamental na concretização do conceito SPA, à ausência de um circuito/sequência de aplicações (duche vertical, circular, jacuzi, sauna ou banho turco) entre outros.

Nuno Alegre considera ainda que o Luso poderia, perfeitamente, alcançar os 2500 a 3000 termalistas/ano que representariam um milhão de euros de receita dentro do balneário e três milhões de euros em proveitos distribuídos cá fora, pelo alojamento, restauração e comércio locais, números que são desprezados pelos promotores da obra.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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