compacta (enterrada) no lugar da Candieira, na freguesia de Avelãs de Cima. Uma decisão que tem levantado alguns receios junto de alguns populares que, entretanto, já estiveram numa reunião pública da Câmara Municipal para se inteirar da intenção da autarquia.
As dúvidas são tantas que, para acalmar os ânimos e até que sejam prestados mais esclarecimentos aos populares, o autarca Litério Marques decidiu, na reunião de câmara, interromper a execução da referida obra. Tudo, porque os receios continuam a pairar no ar, relativamente à capacidade e funcionalidade do equipamento.
E foi por isso que, na reunião de Câmara, realizada no passado dia 25 de Março, alguns populares da Candieira quiseram saber mais sobre este modelo adoptado de autarquia.
Trata-se de ETAR’s dimensionadas de acordo com o número de habitantes, a localizar junto das povoações e que lançarão posteriormente os respectivos efluentes domésticos nos cursos de água mais próximos.
Foi precisamente aqui que as dúvidas surgiram. Será que é seguro? Não irá causar maus cheiros? E quando o rio secar, no Verão? Estas e outras questões levam a população a ficar de pé atrás.
No entanto, o autarca Litério Marques deixou a certeza de que se trata de um equipamento de reduzida dimensão, eficaz, que ficará enterrado, com riscos mínimos para as populações e sem grande custo de manutenção e de funcionamento, garantindo ainda que os equipamentos possuem garantia dos fabricantes.
A JB Armando Pereira, autarca de Avelãs de Cima, não esconde os seus receios perante a instalação deste equipamento na sua freguesia, contudo lá vai dizendo que "não se deve colocar o carro à frente dos bois", já que é prematuro falar de um equipamento que ainda está a ser analisado.
"Garantiram-nos que é seguro, que não haverá cheiros", diz, admitindo que é a solução possível para a falta de saneamento na freguesia. "É a melhor solução para estas localidades mais dispersas e que dificilmente serão ligadas à rede pública", conclui. Por isso, este investimento da Câmara é uma forma de resolver a questão do saneamento rapidamente nestas pequenas povoações dispersas.
"Sei que a população está preocupada mas não posso dizer que não serve quando me dizem que é seguro. Tenho de acreditar na Câmara", defende Armando Pereira.
Os enormes tanques/depósitos metálicos já estão no terreno que provavelmente os irá receber. Outrora um terreno de cultivo, o espaço pertence a Carlos Martins, que cedeu à autarquia o espaço para a instalação do equipamento. A JB adiantou não estar preocupado, até porque os técnicos da Câmara garantiram que não haverá cheiros e que se trata de um equipamento completamente seguro.
Embora afastados do grosso da população (as casas mais perto distam 300 metros do equipamento), a verdade é que estes depósitos vão estar a despejar para o rio as águas do saneamento, depois de tratadas.
"Contribui voluntariamente para ajudar a população e jamais concordaria prejudicar a minha terra. Todos sabem que o saneamento é muito necessário para acabar, de uma vez por todas, com as fossas que poluem os terrenos", adianta Carlos Martins.
Embora alguns populares defendam que a melhor solução passaria pela adesão do município à SIMRIA, opção esta, diga-se, também defendida pelos vereadores da oposição, a verdade é que o entendimento da autarquia passa por se manter "autónoma" deste modelo.
